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BONSUCESSO, 200 ANOS DE HISTÓRIA E TRADIÇÃO

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Bonsucesso, dentre os mais antigos núcleos habitacionais de Várzea Grande, surgiu a partir de 1.823. É a sede do Distrito de Várzea Grande do mesmo nome e que é constituído de sete comunidades: Bonsucesso (sede), Souza Lima (antigo Sovaco), Capão Grande, Pai André, Praia Grande, Capela do Piçarrão e Limpo Grande.

O Distrito está situado às margens do rio Cuiabá, cuja rua principal, estreita se alonga na barranca do rio, ostentando casas boas, peixarias e muitas residências humildes ao longo de aproximadamente mil metros lineares.
A área onde situa Bonsucesso, pertencia ao Sr. Justino Antonio da Silva Claro, que foi adquirindo terras para formar seu sítio, onde florescem os canaviais, que não só se destinavam ao fabrico da famosa rapadura de Bonsucesso, como alimentavam os engenhos e alambiques na fabricação de aguardente e do açúcar de barro (uma espécie de açúcar mascavo, muito apreciado nos primórdios da vida em Mato Grosso, quando era considerado pernicioso o uso do açúcar branco, refinado), com mão de obra de empregados e escravos. Com sua morte, seus herdeiros dividiram a área de terras e acomodaram-se nelas, na lide do cultivo de lavouras, tendo como principal atividade, o cultivo da cana-de-açúcar, ainda, predominantes nos dias de hoje.
Fizeram e ainda fazem parte da família do Sr. Justino, os senhores: Miguel Ângelo da Silva Claro, João Batista da Silva Claro, João Pinheiro, Joaquim José de Magalhães e João Vidal da Silva.
Os canaviais, cuja produção, no passado destinado à fabricação artesanal de rapaduras, aguardentes de alambique e do açúcar de barro, foi absorvida com o passar do tempo pelas usinas que se instalaram nos anos subsequentes ao da fundação do povoado, como as de São Gonçalo, da Conceição e outra, ali mesmo de Bonsucesso denominada Cachoeira de Pau, que consumiam toda a produção de cana do local.
Hoje com a desativação dessas usinas, os moradores retornaram as origens e voltaram a produzir esses produtos e, que fazem parte do folclore do município.
Outra atividade, modesta, porém intensa no povoado, é a pesca profissional e amadora que dão formas de sobrevivência econômica e cultural, em que buscam seus moradores, através da Associação dos Pescadores. A realização de eventos festivos, atrai para Bonsucesso, turistas dos mais diversos lugares do País.
Além da pesca, alguns moradores dedicam-se a industrialização do couro do pescado e ao cultivo de hortifrutigranjeiros e do fumo.

PRIMEIRA ESCOLA
Na área da educação os registros constam que foi criado em 1.908 a primeira escola do povoado, tendo como educador o professor Miguel José da Silva, porém, em 1.915 foi transferida para Capão Grande. Outra escola, criada pelo Decreto-Lei nº 511-A, instalou-se no local em 16 de março de 1920, no governo do D. Aquino, denominada Escola Mista de Sucuri.
Após alguns anos, com a melhoria do ensino e com aumento da população, um novo prédio foi construído no governo do Dr. Arnaldo de Figueiredo, destinado a acomodar a garotada com idade escolar.
Com a enchente do rio Cuiabá em 1.974, a escola foi totalmente destruída e, somente foi reconstruída no governo municipal do Engº Júlio José de Campos, quando prefeito de Várzea Grande, que a denominou Escola Municipal de 1º Grau Maria Barbosa Martins.

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RELIGIÃO
Hoje, graças aos esforços da gente de Bonsucesso e de alguns colaboradores de Várzea Grande, o Distrito possui sua igreja, inaugurada em junho de 1968 pelo Arcebispo Metropolitano, D. Orlando Chaves, com todo o cerimonial religioso.
As imagens são do divino Espírito Santo e de São Benedito, doadas pelo coronel e historiador Ubaldo Monteiro da Silva, que a conduziu de São Paulo, especialmente para aquela igreja, cuja pedra fundamental ele lançou, colaborando na sua construção.
Os mais antigos cultuam até os dias de hoje uma tradição local, que é a festa junina, realizada anualmente, reunindo cantadores de Cururu das cercanias e da grande maioria dos povoados vizinhos.
O povo de Bonsucesso e também da Capela do Piçarrão, sabiam que Justino Claro, fundador do distrito devotava cuidados especiais com uma capelinha de palha, erguida com uma grande cruz de madeira, na localidade hoje conhecida como “Capela do Piçarrão”, apesar de residir distante dela. Mais tarde foi construída uma igreja melhor com a denominação de “Igreja de Nossa Senhora da Conceição”, inaugurada em 1.968 pelo então bispo da Arquidiocese de Cuiabá, Dom Orlando Chaves. Ao falecer em Bonsucesso, Justino Claro foi sepultado na Capela do Piçarrão, como seu benfeitor.

ESPORTES
Bonsucesso conta com um clube de futebol, o Vila Nova de Bonsucesso, cujos fundadores, reuniram-se em 1.951, para dali dar o ponta pé num projeto que até hoje faz a alegria aos domingos da comunidade. Muitos atletas, surgidos dali se projetaram em equipes profissionais de âmbito estadual e nacional, a saber: Olívio Pereira da Silva “Boi de Carro” – Cruzeiro Esporte Clube; Adilson José de Souza – Riachuelo Esportes Clube; Admir – Clube Esportivo Operário VG; Orlando Ribeiro – Palmeirinha do Porto; Miroca e Nilton “Capitão” – Mixto Esporte Clube.
O Vila Nova de Bonsucesso marcou presença e sendo reconhecido no Estado como uma Academia de Craques Talentosos, principalmente entre os anos de 1967 a 1973. Sagrou-se por uma vez campeão e três vezes vice-campeão em campeonatos realizados pela liga Independente de Futebol Amador varzeagrandense.
Bonsucesso vive, hoje, dos sonhos dos momentos de glória patrocinados pelos seus ilustres filhos esportistas, mantendo suas tradições desportistas, que sempre aos domingos lotam o seu o Estádio de Futebol da Comunidade, reformado pela Prefeitura Municipal, é um dos mais bonitos da cidade. Muitos dos antigos atletas, contam suas histórias aos novos para, com isso estimulá-los para que as tradições na área cultural ou esportista sejam cultuadas e não se apaguem ou se percam com o tempo.

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ROTA DO PEIXE
Por ser a Sede do Distrito de Bonsucesso e um ponto turístico de Várzea Grande, onde as iniciativas gastronômicas, representada pelas Peixarias ao estilo rústico instaladas às margens do Rio Cuiabá, recebem um significativo número de visitantes e amantes da saborosa Peixada no mais puro estilo ribeirinho.
O slogan “Rota do Peixe”, surgiu com a criação da Associação de Cultura e Turismo de Bonsucesso – ACBS em uma parceria entre SEBRAE, comunidade distrital e a Prefeitura de Várzea Grande. Assim sob a direção de técnicos do SEBRAE coordenaram os trabalhos de reuniões com os demais comerciantes, onde as propostas não foram bem aceitas pelos moradores.
Porém a situação ficou ainda mais difícil, diante de alguns investimentos que o poder público municipal deveria realizar, os quais não se concretizaram, levando o SEBRAE se retirar do projeto, deixando o idealismo à disposição dos moradores e interessados.
Assim com o espírito colaborador de alguns e outros ribeirinhos, a ACBS – associação de Cultura e Turismo de Bonsucesso tornou-se uma realidade, sendo concretizada a sua fundação em 07 de dezembro de 2004, pela Comunidade do Distrito de Bonsucesso. Contando com a habilitação para captação de todos os recursos disponíveis para investimento na área de incentivo ao turismo, preservação da história, das condições rústica do Distrito e sua vocação para o Turismo Gastronômico na Baixada Cuiabana.

 

FESTA DE SÃO PEDRO
Entre suas atividades a ACBS, com recursos próprios, frutos de eventos, doações e parcerias, consegue realizar trabalhos de registro histórico e resgate da cultura do Distrito de Bonsucesso. Exemplo é a tradicional Festa de São Pedro o Pescador, que ocorre em 29 de junho todos os anos desde 1980.
A proposta da ACBS é congregar os segmentos, na soma de valores e na construção de um ideal de perpetuar as tradições e manifestações locais como as tradicionais festas de santos, o tradicional Bloco carnavalesco Clube do Meu Coração, que resgatou seus trajes no retorno do carnaval de Rua do Distrito em 2005 e bem como o prazer das famílias nos já tradicionais torneios de futebol muito prestigiado por gerações.
Bonsucesso conta hoje com aproximadamente 2 mil habitantes contando com suas inúmeras chácaras que rodeiam o povoado, pois muitas famílias transferiram suas residências para Cuiabá e centro de Várzea Grande, porém, continuam como eleitores de Bonsucesso, por questão de amor ao lugar.
Os habitantes são inclinados à política e a praticam, desde a época em que “udenistas e pedessistas” trocavam palavras ofensivas e até alguns cascudos defendendo seus candidatos.
Tem como riqueza principal o rio Cuiabá, com sua faixa ribeirinha, na qual há hortas e cultivam-se cereais em pequenas áreas de terra lavrável.
Distrito de Várzea Grande, Bonsucesso foi criado pela Lei nº 126, de 23 de setembro de 1.948 e confirmada por Lei 9.583 de 24 de dezembro de 1.948.

Wilson Pires é jornalista em Mato Grosso.

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O Tabuleiro Invisível: Como o Senado Vai Decidir o Futuro Político de Mato Grosso

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O poder em Mato Grosso não se perde, ele troca de mãos. A história política do Estado é feita de ciclos que se repetem com novos rostos e velhas estratégias. Em cada virada, o eleitor dá o mesmo recado: aqui, ninguém tem cadeira cativa. O voto mato-grossense tem memória e, mais do que qualquer outro, cobra coerência.

Dante de Oliveira marcou o tempo da esperança democrática. Blairo Maggi abriu o ciclo do agronegócio e da gestão empresarial. Depois veio Silval Barbosa, que herdou a máquina, mas não conseguiu conter os escândalos que marcaram o fim de um período de prosperidade. Seu governo simbolizou o esgotamento de um modelo e abriu caminho para uma virada moral e política. Foi desse desgaste que nasceu o discurso da ética, personificado em Pedro Taques, e, mais tarde, o pragmatismo de Mauro Mendes. Nenhum desses ciclos se rompeu: apenas se reconfigurou.

O cenário de 2026 carrega essa mesma energia silenciosa. As eleições não serão apenas uma troca de comando no governo. O Senado se tornou o ponto de equilíbrio da política estadual, o lugar onde se guarda poder e se projeta o futuro. É nas cadeiras de Brasília que se decide quem permanece relevante quando as luzes da campanha se apagam.

Wellington Fagundes aposta na experiência e na memória política. Otaviano Pivetta fala diretamente aos gestores e produtores, consolidando a imagem de eficiência. Natasha Slhessarenko representa a credibilidade técnica e o voto feminino que amadureceu. Max Russi tem o perfil do diálogo, da moderação que se converte em governabilidade. Jayme Campos, veterano, mantém-se como nome de reserva estratégica, discreto, mas sempre presente. Nenhum desses nomes é surpresa. O que será surpresa é quem tiver fôlego político para atravessar o desgaste do governo e a fadiga do eleitorado.

Mas é no Senado que o jogo se decide. Pedro Taques, Janaina Riva, Mauro Mendes, Carlos Fávaro e José Medeiros formam o núcleo mais observado. Cada um tem trajetória e base própria, mas o que vai contar é a capacidade de representar equilíbrio num país cansado de extremos. A eleição para o Senado será o verdadeiro termômetro da força política em Mato Grosso.

A trajetória recente de Margareth Buzetti também é parte dessa história. A suplência que a levou ao Senado simbolizou o quanto o eleitor precisa olhar além do primeiro nome na chapa. Sua atuação foi marcada por trocas partidárias e iniciativas pontuais, mas sem a consistência política que o Estado exige de seus representantes. Esse episódio reforçou a necessidade de o eleitor compreender que suplente não é figurante: é potencial protagonista. E, em Mato Grosso, já ficou provado que o segundo nome pode alterar o destino do primeiro.

A história confirma isso. Selma Arruda caiu, e Carlos Fávaro chegou ao ministério. Blairo Maggi deixou o cargo, e Cidinho Santos ganhou projeção. Em cada uma dessas mudanças, a suplência se revelou um centro de decisão. Aqui, suplente nunca foi detalhe. É reserva de poder. E o eleitor precisa aprender a olhar o segundo nome da chapa com o mesmo cuidado que olha o primeiro.

A presença feminina é uma das transformações mais relevantes. Janaina Riva e Natasha Slhessarenko não representam apenas renovação. Elas representam preparo, sensatez e uma nova forma de liderar. O eleitor já não se contenta com o discurso barulhento. Ele busca coerência, competência e clareza. A mulher mato-grossense, quando entra na política, não entra por espaço, entra por propósito. E isso muda tudo.

O maior desafio dos próximos anos será resgatar a confiança. Mato Grosso vive um tempo em que suplentes mudam de lado, partidos trocam de camisa e alianças se desfazem na primeira divergência. O eleitor vê, registra e reage. A descrença é silenciosa, mas devastadora. E 2026 pode ser o ano em que a coerência voltará a valer voto.

O tabuleiro está montado. As peças se movem devagar, mas com intenção. Em Mato Grosso, o poder nunca fica parado: muda de dono conforme a força, o tempo e o interesse. A gestão tomou o lugar da política por alguns anos, mas a técnica não cria liderança. O governo Mauro Mendes foi o retrato disso: eficiente, mas solitário. Quando o poder se fecha em si mesmo, a política renasce por outros caminhos. E é nesse espaço que surgem novas vozes com legitimidade. Natasha Slhessarenko e Janaina Riva representam a síntese desse novo tempo, em que o equilíbrio volta a ter rosto.

Em Mato Grosso, o poder muda de rosto, mas o povo continua olhando nos olhos de quem promete. E é nesse olhar que as verdades se revelam.

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Adriane Martins

Analista política e assessora em assuntos parlamentares

Pedagoga, Gestora Ambiental e Teóloga

Pós-graduada em Perícia e Auditoria Ambiental

Pós-graduada em Auditoria Pública e Empresarial

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