Policiais militares da Força Tática do 11º Comando Regional resgataram 14 pessoas que seriam submetidas a sequestro e tortura por membros de uma facção criminosa, na noite desta segunda-feira (24.11), em Poxoréu. Na ação, três pessoas que executariam o crime foram presas. Um quarto suspeito morreu ao confrontar a PM.
Conforme o boletim de ocorrência, a equipe da Força Tática recebeu informações, via setor de inteligência, de que membros de uma facção criminosa haviam sequestrado e iriam praticar tortura, prática conhecida como “salve”, contra um grupo de pessoas, em uma casa localizada em uma área isolada da cidade.
As informações levantadas pelo setor de inteligência também apontavam que as vítimas do “salve” estariam envolvidas em uma briga ocorrida em uma tabacaria, no município de Primavera do Leste.
As equipes policiais iniciaram monitoramento e identificaram o endereço no qual as vítimas estariam em cárcere privado. Diante da situação, os militares da Força Tática se deslocaram ao endereço e, ao chegarem, flagraram dois suspeitos tentando fugir.
Imediatamente, a equipe iniciou acompanhamento à dupla, momento em que um dos homens sacou uma arma de fogo e apontou a arma na direção dos policiais, que reagiram à ação e efetuaram disparos contra os criminosos.
Os homens foram atingidos e, com eles, a PM apreendeu um revólver calibre .38 e um simulacro de arma de fogo. A dupla foi socorrida e encaminhada até uma unidade de saúde. Um dos homens, identificado como Antonio Tharles Silva Mendes, de 21 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. O segundo suspeito ficou internado sob custódia policial.
Já dentro da casa, os militares localizaram e libertaram todas as vítimas que estavam sendo mantidas em cárcere privado. No local, duas mulheres, identificadas como suspeitas e que estariam aguardando ordens para iniciar as torturas, foram detidas.
Os suspeitos presos e as vítimas foram encaminhados à delegacia do município para registro da ocorrência e demais providências. O caso segue sob investigação da Polícia Judiciária Civil.
Disque-denúncia
A sociedade pode contribuir com as ações da Polícia Militar de qualquer cidade do Estado, sem precisar se identificar, por meio do 190 ou 0800.065.3939.
“A denúncia é um ato de coragem que pode salvar vidas, por isso, ao menor sinal de violência contra uma mulher, chame a Polícia”. O alerta é da capitã da Polícia Militar e gerente da Patrulha Maria da Penha em Mato Grosso, Denyse Valadão, que reforçou a importância de mulheres vítimas de violência doméstica colocarem um ponto final nesse círculo vicioso.
“Tenho acompanhado diariamente histórias de mulheres que viveram anos em silêncio e outras que conseguiram romper o ciclo da violência, graças a um único gesto: a denúncia. Muitas vezes, essa denúncia nem parte da própria vítima, mas de um vizinho atento, de um familiar preocupado ou até de alguém que, ao ouvir um pedido de socorro, decidiu acionar a viatura. Essa atitude pode salvar vidas”, declarou a capitã, destacando a importância da formalização da denúncia contra o agressor.
Tragédia
A capitã citou como exemplo da importância da formalização da denúncia contra o agressor o caso em Sinop, que infelizmente terminou em tragédia, no domingo (24.11). Na ocasião, uma equipe de policiais foi acionada para atender a uma ocorrência de violência doméstica. A vítima optou por não completar a denúncia contra o marido, afirmando que o casal já havia entrado em entendimento.
Pouco tempo depois, um novo chamado fez os militares se deslocarem para a casa da mesma vítima e constatarem que Gislaine Ferreira da Silva, de 35 anos, foi morta a facadas pelo marido.
Ele foi preso e responderá na Justiça pelo crime. Atualmente, um feminicida pode pegar até 40 anos de prisão.
Combate à violência doméstica
De janeiro a setembro deste ano, a Patrulha Maria da Penha atendeu 4.315 mulheres vítimas de violência doméstica e realizou 8.979 visitas solidárias, em todo o Estado. O programa também conta com uma rede de atendimento que inclui assistência psicológica, jurídica e social, para auxiliar as mulheres a saírem do círculo de violência.
Desde 2019, o Governo de Mato Grosso já investiu mais de R$ 2,3 milhões no programa Patrulha Maria da Penha, voltados para compra de viaturas e equipamentos tecnológicos e de trabalho próprios, além da reforma de locais e sedes para atendimento às vítimas.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Fernando Tinoco, destacou que o programa tem reduzido os índices de reincidência de violência entre as mulheres atendidas, e que os resultados positivos são uma soma de esforços no trabalho do policiamento ostensivo, preventivo e dos investimentos do governo no âmbito da segurança pública em Mato Grosso.
“Conseguimos também ampliar o efetivo de militares que compõe o programa em todo o Estado e vamos avançar ainda mais. Essa atenção do Governo Estadual representa um fortalecimento da rede de enfrentamento ao combate à violência contra as mulheres e vulneráveis”, afirmou.
Além dos investimentos, as Secretarias de Estado de Segurança Pública e de Assistência Social e Cidadania firmaram um Termo de Cooperação Técnica garantindo pagamento de horas extras a policiais civis, militares e bombeiros que atuarem nas ações do programa SER Família Mulher, fortalecendo o combate à violência contra as mulheres.
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