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AGRONEGÓCIO

Brasil avança na produção de amendoim e projeta alta de 45,8% na safra 2024/25

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O amendoim tem ganhado destaque como uma cultura em ascensão no agronegócio brasileiro. Com crescimento médio anual de 9% a 10% desde 2020, a safra 2024/25 promete ser histórica, alcançando 1,07 milhão de toneladas, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O salto de 45,8% em relação ao ciclo anterior reflete não apenas o aumento da área cultivada, mas também os avanços tecnológicos e o fortalecimento das cadeias produtivas no setor.

Com 90% da produção nacional concentrada em seu território, o estado de São Paulo lidera o mercado de amendoim no Brasil. Regiões como Tupã, Marília, Jaboticabal e Presidente Prudente despontam como polos produtivos, beneficiadas por investimentos em maquinário de ponta e melhorias genéticas nas variedades cultivadas.

Essa modernização permitiu que o estado ampliasse a oferta e elevasse os padrões de qualidade, colocando o Brasil em uma posição competitiva no mercado global. Apesar do crescimento, o Brasil ainda atende apenas 8% do mercado global de amendoim, estimado em cerca de US$ 90 bilhões anuais. Desse volume, 80% da produção nacional é destinada à exportação, com destaque para a União Europeia, Rússia e Argélia. Internamente, o consumo é dividido entre sementes (5% a 6%) e derivados como óleo e produtos processados.

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Essa configuração demonstra o potencial do país para expandir sua participação no mercado externo. Contudo, analistas apontam que é necessário investir em novas áreas de cultivo e melhorar a infraestrutura logística para que o Brasil alcance um papel ainda mais significativo no setor.

Além do grão, subprodutos do amendoim têm sido amplamente utilizados, ampliando sua relevância econômica. As cascas, por exemplo, são aplicadas na geração de energia e na fabricação de plásticos e celulose, reforçando a sustentabilidade da cadeia produtiva.

Os avanços genéticos também são um diferencial. Pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) têm desenvolvido variedades mais produtivas e com benefícios para a saúde, como grãos com menor teor de gordura saturada.

Com os investimentos em tecnologia, modernização de maquinário e foco na qualidade, o amendoim brasileiro se consolida como uma cultura estratégica para o agronegócio. A safra projetada para 2024/25 não apenas reforça o papel do Brasil no mercado global, mas também mostra que há espaço para crescer.

Se o ritmo de expansão for mantido, o Brasil pode transformar sua participação no mercado internacional, elevando o amendoim a uma posição de destaque nas exportações do agronegócio, com impacto direto na geração de empregos e no fortalecimento da economia regional.

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Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Acordo Mercosul e UE deve alavancar exportações do agronegócio

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Nesta sexta-feira (06.11), os líderes do Mercosul e da União Europeia celebraram a conclusão do Acordo de Parceria entre os dois blocos, marcando um passo decisivo para a formação de uma das maiores áreas de livre comércio do mundo. Com 449 milhões de consumidores e um PIB combinado de US$ 18,59 trilhões, o pacto promete ampliar significativamente o comércio, com destaque para os impactos positivos no agronegócio brasileiro.

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, destacou os benefícios econômicos do acordo, incluindo a projeção de um aumento de 0,34% no PIB brasileiro até 2044, o que equivale a R$ 37 bilhões. Além disso, o tratado deve elevar os investimentos em 0,76% (R$ 13,6 bilhões), reduzir a inflação em 0,56% e aumentar os salários reais em 0,42%, segundo estudos do governo.

“Este acordo ajuda o Brasil a crescer, aumentando exportações, renda e emprego, enquanto reduz a inflação. Após anos de negociação, esta conquista é extremamente positiva para o país”, afirmou Alckmin.

O agronegócio nacional será um dos maiores beneficiados. Em 2023, o setor exportou US$ 18,7 bilhões em produtos agrícolas para a União Europeia, representando 40% da pauta exportadora ao bloco. O acordo prevê a liberalização total ou parcial de 99% das exportações agrícolas brasileiras, com destaque para frutas frescas, café, carnes e etanol.

Tarifas e quotas

  • Frutas como abacates, limões e uvas terão tarifas eliminadas em até sete anos.
  • Café (verde, torrado e solúvel) terá tarifas zeradas no mesmo período.
  • Carne bovina terá quota de 99 mil toneladas com tarifa reduzida a 7,5%.
  • Etanol contará com quota de 650 mil toneladas, sendo 450 mil destinadas à indústria com tarifa zero.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, celebrou o momento como um marco histórico. “A conclusão deste acordo coloca o Brasil no centro de um dos maiores mercados globais, consolidando o agronegócio como um pilar estratégico. Vamos mostrar nossa competência para acessar este mercado tão importante”, destacou.

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O acordo inclui um capítulo dedicado ao desenvolvimento sustentável, reforçando compromissos com práticas agrícolas responsáveis e proteção ambiental. Ambos os blocos se comprometeram a seguir as diretrizes do Acordo de Paris, assegurando que regulamentos ambientais não sejam usados como barreiras protecionistas.

Além disso, o texto inclui salvaguardas ao chamado Princípio da Precaução, garantindo que medidas protetivas sejam baseadas em evidências científicas, revisadas periodicamente e compatíveis com o nível de proteção de cada país.

Um ponto estratégico para o Brasil é o reconhecimento de 37 indicações geográficas, como o Café da Alta Mogiana e a Cachaça da Região de Salinas. Em contrapartida, o Mercosul reconheceu 346 indicações europeias, criando condições para a valorização de produtos típicos de ambas as regiões.

Embora o Mercosul tenha concedido redução tarifária para 96% das importações europeias em até 15 anos, produtos sensíveis, como queijos, vinhos e chocolates, terão períodos de transição mais longos ou restrições específicas para proteger o mercado regional.

Além dos ganhos diretos, o acordo posiciona o Brasil como um parceiro estratégico em negociações globais, nivelando o acesso ao mercado europeu com outros concorrentes. Isso promete aumentar a competitividade e qualidade dos produtos brasileiros, fortalecendo o papel do país como um dos maiores exportadores agrícolas do mundo.

“Com este tratado, mostramos que o Brasil é essencial para a segurança alimentar global, atendendo aos mais rigorosos padrões sanitários e ambientais”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Este avanço consolida o agronegócio nacional como líder no comércio internacional, abrindo novos mercados e garantindo um crescimento sustentável e diversificado para o setor.

PRAZOS E TARIFAS – A redução das tarifas que o Mercosul cobra da UE pode ser imediata ou ao longo de prazos, que variam entre 4 anos a 15 anos. Para o setor automotivo, os períodos de redução tarifária são mais longos, variando de 18 anos a 30 anos para veículos eletrificados, movidos a hidrogênio e com novas tecnologias.

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Do lado da UE, a redução tarifária também pode ser imediata ou por períodos que vão de 4 anos a 12 anos, a depender do produto.

Estão previstas ainda cotas para produtos agrícolas e agroindustriais do Brasil. Ou seja, acima de determinada quantidade, alguns produtos começam a pagar a tarifa cheia para entrar no bloco. Entram nessa categoria produtos como carne suína, etanol, açúcar, arroz, mel, milho e sorgo, queijos, entre outros.

Para o professor Giorgio Romano Schutte, essa é a principal assimetria do acordo. “No caso dos produtos industriais da União Europeia, eles entram sem cotas, sem restrições ao volume. E no caso dos produtos agrícolas do Mercosul, tem cotas”, lembrou.

O Brasil exportou US$ 46,3 bilhões para a União Europeia em 2023:

Alimentos para animais – 11,6%

Minérios metálicos e sucata – 9,8%

Café, chá, cacau, especiarias – 7,8%

Sementes e frutos oleaginosos – 6,4%

Ferro e aço – 4,6%

Vegetais e frutas – 4,5%

Celulose e resíduos de papel – 3,4%

Carne e preparações de carne – 2,5%

Tabaco e suas manufaturas – 2,2%

O Brasil importou US$ 45,4 bilhões da União Europeia em 2023:

Produtos farmacêuticos e medicinais – 14,7%

Máquinas em geral e equipamentos industriais – 9,9%

Veículos rodoviários – 8,2%

Petróleo, produtos petrolíferos – 6,8%

Máquinas e equip. de geração de energia – 6,1%

Produtos químicos orgânicos – 5,5%

Máquinas e aparelhos especializados para determinadas indústrias – 5,3%

Máquinas e aparelhos elétricos – 4,7%

Materiais e produtos químicos – 3,6%

Ferro e aço – 3,4%

Fonte: Pensar Agro

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